sábado, 13 de setembro de 2014

Agrotóxicos, o nosso mal!


"O veneno nosso de cada dia*"

Fazer um prato colorido, cheio de frutas, legumes e verduras, já não é mais sinônimo de alimentação saudável. Em função do uso intensivo e crescente de agrotóxicos, o consumo de certos produtos pode representar, em vez de benefícios, a gênese de doenças em longo prazo.





Cada brasileiro consome cerca de 5 quilos de venenos agrícolas por ano, Segundo a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

Hoje o ser humano está sujeito, desde o seu nascimento até a sua morte a entrar em contato com substâncias químicas perigosas. Tais substâncias ficam alojadas no solo contaminando todo tipo de vida existente, peixes, minhocas, ovos de pássaros, homem, leite materno, feto, etc.

A contaminação é tanta, que os cientistas pesquisadores, declaram quase impossível encontrar indivíduos que não estejam contaminados por tais substâncias. Fruto da Segunda Guerra Mundial, indústrias criavam substâncias para uma guerra química, e notaram que, algumas dessas substâncias eram letais para os insetos, pois os mesmos eram usados como teste. O resultado desta descoberta foi uma fonte interminável de pesticidas sintéticos, que por serem feitas pelo homem (recompondo as moléculas de carbono, combinações quase que infinita) são totalmente diferentes dos pesticidas mais simples, inorgânicos usados antes da Guerra, que eram derivados de Minerais e de produtos extraídos das plantas.



    

Os pesticidas sintéticos podem:

  • Destruir enzimas que protegem o corpo contra danos;
  • Impede o funcionamento de vários órgãos;
  • Impede o processo de oxidação de que o corpo recebe a sua energia;
  • Modifica lentamente e irreversivelmente as células, que conduzem a enfermidades malignas.
A cada ano acrescentam mais substâncias, e cada vez mais mortíferas, nos EUA, a produção de pesticidas em 1947 era cerca de 60 mil toneladas e em 1960 subiu cerca de 320 mil toneladas, e isso é só o começo. A Segunda Guerra Mundial foi o ponto em que o mundo se afastou das substâncias inorgânicas, como pesticidas, e entrou no mundo da molécula de carbono, mas ainda são usadas certas substâncias químicas, como o arsênio.

ARSÊNIO – ingrediente básico para recursos matadores de ervas daninha e insetos. Muito tóxico, ocorre em abundância em diversos metais, e em uma menor quantidade em vulcões, mar e nas águas de fonte. A relação desta substância com o homem varia pela historia:
  •  Agente preferido de homicídio muito antes até dos Bórgias.
Esta substância foi o primeiro carcinógeno elementar identificado na fuligem de chaminé e relacionado ao câncer pelos ingleses cerca de dois séculos. Cavalos, vacas, cobras, porcos, renas, peixes e abelhas são vítimas de contaminação ambiental. Ainda é utilizado por toda parte por borrifamento e lançamento de pó. No Sul dos EUA é comum o borrifamento, a criação industrial de abelhas quase que desapareceu pela contaminação, fazendeiros são um objeto de envenenamento crônico, tanto como animais domésticos e pecuários, e a vizinhança, devido à nuvem da pulverização carregada pelo vento.

Os inseticidas modernos são ainda mais mortíferos, sua vasta maioria entram em dois grupos:

  • Hidrocarbonetos Clorados – Organoclorados, DDT, Clordana, Heptacloro, Dieldrina, Aldrina, Endrina. Organofosforados, Malathion e o Parathion;
O CARBONO é o elemento básico, como já citado pode se unir a outros átomos quase que infinitamente. A complexa molécula da proteína tem o carbono como base, o mesmo para as moléculas de gordura, dos hidrocarbonatos, das enzimas e das vitaminas. Alguns compostos orgânicos são simplesmente combinações de carbono e hidrogênio, por exemplo, o metano, que é um átomo de carbono com quatro átomos de hidrogênio, se retirar uma das moléculas de hidrogênio e acrescentar o cloro, esta molécula se torna o metilo, substituindo por mais uma molécula de cloro, passa-se a ser clorofórmio anestésico, por mais uma, torna-se tetracloreto de carbono – o conhecido fluido de limpeza – estas modificações, ilustram apenas uma pequena ideia da verdadeira complexidade química dos hidrocarbonetos (organoclorado). Mas invés da simples molécula de metano constituída somente por uma molécula de carbono e quatro de hidrogênio, os hidrocarbonetos constituem muitos átomos de carbono e muitas outras moléculas de diversos grupos químicos.

HIDROCARBONETOS CLORADOS – ORGANOCLORADO: inseticidas compostos por Hidrocarboneto Clorado – Organoclorados (HCC) atravessam a placenta (proteção contra substâncias tóxicas) fazendo com que a criança seja sucessível á se contaminar, e causa o aparecimento de hepatites.

DDT (Dicloro-Difenil-Tricloroetano)

Sintetizado em 1874, por um químico alemão, as suas propriedades pesticidas foram somente descobertas pelo suíço Paul Muller. Acreditava-se que o DDT era inofensivo, pois era de uso constante dos soldados na guerra para controle de piolhos, e os mesmos não sofriam dano algum. Isto é compreensível pelo fato de o DDT em forma de pó, não é simultaneamente absorvido pela pele (diferente de outros Hidrocarbonetos Clorado – Organoclorado), mas dissolvidos ao óleo é altamente tóxico, e se engolidos, dissolvem na gordura do próprio corpo, mesmo digerido em uma quantidade muito pequena que normalmente acontece nos alimentos, pois a gordura é utilizada como um amplificador biológico, tanto que em poucas quantidades o efeito é tão grande que pode degenerar o fígado por exemplo.

Uma parte por milhão na dieta (depósito de gordura) resulta no armazenamento de dez a quinze partes por milhão de DDT. Isto soa como insignificante, mas três partes por milhão, inibem uma enzima essencial, no músculo do coração; cinco partes por milhão bastaram para provocar necrose ou desintegração das moléculas de fígado e não menos ou mais que duas partes por milhão e meia, de substâncias químicas relacionadas com o DDT, que são a Dieldrina e a Clordana para produzir igual efeito.

Estudos apontam que indivíduos que nunca tiveram contato (não diretamente) a estas substâncias, armazenam em média de cinco a sete partes por milhão; trabalhadores agrícolas dezessete partes por milhão e operários que trabalham em fábricas de inseticidas, 648 partes por milhão.

Campos de alfafa são polvilhados com o DDT, o alimento é preparado com a alfafa e é dado para as galinhas, e posteriormente botaram ovos que conterá o DDT. Já os capins contendo o DDT são ingeridos pelas vacas e será coletado o seu leite, que posteriormente será feito manteiga ou queijo.

Estes exemplos dados mostram que essas quantidades de DDT sempre são multiplicadas ao decorrer de certos processos.

CLORDANA – É absorvido pela pele (aspirada, borrifo) e muito persistente por muito tempo em solos, alimentos e superfícies em gerais. 2,5 partes por milhão pode conduzir ao armazenamento de 75 partes por milhão. A contaminação com 25% na pele causa morte em 40minutos.

HEPTACLORO – Esta substância tem uma capacidade enorme de se armazenar em gordura. Constituinte da Clordana, vendida na forma de formulação separada. Essa substância pode transformar-se em uma substância química diversa, EPÓXIDO DE HEPTACLORO, faz isto no solo e nos tecidos animais e vegetais, o Epóxido que resulta nessa transformação é mais tóxico que a substância original, e quatro vezes mais tóxica do que a Clordana.

INSETICIDAS MAIS VIOLENTOS

DIELDRINA – Cinco vezes mais tóxica do que o DDT quando engolida. É de quarenta ha cinquenta vezes mais tóxicos quando absorvida pela pele, em solução. Ataca o sistema nervoso colocando a vitima em convulsões. Frequentemente usado pelo seu potencial.

ALDRINA – Quando aplicada e ao entrar em contato com a pele e o solo, verifica-se que há resíduos de Dieldrina, isso gera muito equivoco sobre a Aldrina ao pensar que essa se dissipou, mas ela ainda esta presente na forma de Dieldrina. Causa esterilidade, a prole nasce e morre ou simplesmente nasce morta.

ENDRINA – Mais tóxica dos HCC, cinco vezes mais tóxica do que a Dieldrina. Embora seja muito parecida, mas uma leve distorção na sua forma molecular ela se torna mais tóxica. Sendo 15 vezes mais tóxicos para mamíferos, 30 vezes para peixes e 300 vezes para aves.

ORGANOFOSFORADOS – É o segundo dos principais grupos de inseticida, figura entre as substâncias químicas mais tóxicas do mundo. O risco mais óbvio é de seu uso em borrifos ou pulverização, e atua no organismo vivente por uma forma peculiar, em condições normais, um impulso passa de nervo a nervo com o auxilio de um transmissor químico denominado acetilcolina, depois é destruída pela colinesterase, uma enzima protetora criada pelo corpo para que estabeleça um equilíbrio exato, e o corpo nunca produz quantidades perigosas de acetilcolina. Os compostos de fósforo orgânico assemelham-se ao veneno alcalóide encontrado em um cogumelo venenoso.

  • Parathion (Paratião) – Grupo dos fosfatos orgânicos atua peculiarmente nos organismos viventes, destrói enzimas do sistema nervoso causando convulsões, espasmos musculares e a morte. O que nos salva da extinção, é o fato de que o Paratião se decompõe de maneira muito rápida, se compara com a duração dos resíduos dos Hidrocarbonetos Clorados.
  • Malathion (Malatião) – Parecido com o DDT, considerado inofensivo porque em animais não surte efeito, mas isso ocorre porque seus fígados produzem enzimas tão poderosas que ocorre a desintoxicação, e se o animal estiver com tais enzimas destruídas o efeito é simplesmente mortal. E muitas pessoas até mesmo encorajadas por propagandas comerciais, usam destas substâncias.
A mistura destes fosfatos orgânicos tem um efeito mortal, pois uma atua com a eliminação das enzimas protetoras e a outra com a destruição do organismo.

Os inseticidas têm a capacidade de penetrar em todos os tecidos de plantas, ou de animal e de fazê-los tóxico. Esta propriedade é possuída por algumas substâncias químicas do grupo dos Hidrocarbonetos Clorados e também por substâncias, pertencentes ao grupo dos organofosforados, todos sinteticamente produzidos.

A lenda segundo o qual os herbicidas são tóxicos apenas para as plantas, e assim não constitui ameaça alguma á vida animal, não é uma verdade. Os herbicidas, os matadores de plantas, compreendem grande variedade de substâncias químicas que atuam sobre os tecidos dos animais, e vegetais. Existem vários herbicidas usados pela humanidade, e existem alguns que são classificados como mutagênicos, ou seja, capazes de modificar os genes, o material que por meio dos quais se transmite a hereditariedade.

"Nós nos sentimos justamente apavorados em presença dos efeitos genéticos das radiações, como podemos assim, ficar indiferentes aos mesmos efeitos produzidos por substâncias químicas que disseminamos amplamente pelo nosso meio ambiente?” (Rachel Carson).


Opinião Critica 

O Brasil é o primeiro colocado no ranking mundial do consumo de agrotóxicos, mais de 1bilhão de litros de venenos foram jogados nas lavouras em 2010, de acordo com os dados do Sindicato Nacional de Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola.O uso exagerado de agrotóxicos deixou de ser uma questão de produção agrícola para se transformar em problema de saúde publica e preservação da natureza.

Segundo entrevista do Doutor de Saúde Pública e Professor da Universidade Federal de Mato Grosso, Wanderlei Pignati dada a Revista Galileu, afirma que não existe uso seguro para o uso de agrotóxicos, e explica por que o Brasil é o líder do ranking de utilização dessa substância.

“É uma somatória de razões. A mais óbvia é que somos um dos maiores produtores agrícolas do mundo, de soja principalmente. Outra é que nossas sementes melhoradas já são pensadas para usar agrotóxicos. São selecionadas até certo ponto em que, realmente, dependem destes produtos. E, para dar a produtividade que se espera, demandam grandes quantidades. Em terceiro lugar, não temos mais pragas, mas, por usarmos agrotóxicos há tantos anos, nossas pragas ficaram mais resistentes. É um espiral que vai aumentando.”

Em outros países (Europa, por exemplo) limitam o uso de agrotóxicos mais tóxicos, e vale ressaltar que a conscientização da população europeia cobra dos agricultores e do governo medidas de segurança sobre o uso dessas toxinas. No Brasil, por exemplo, um quilo de soja pode ter 10mg de glifosato, sendo que na Europa o uso é de 0,2 mg da mesma substância.

As lavouras que mais utilizam agrotóxicos são por hectares de algodão, que são fabricados roupas e suas sementes são usadas para ração de gatos e outros animais em segunda escala são as de tomate, morango, hortaliças em geral, soja e milho.

De acordo com estudos da Academia Nacional de Ciências, afirma que as exposições aos pesticidas permitidos por Lei em alimentos provocam de 4 a 20 milhões de casos de câncer por ano nos EUA.

O Professor da UNEB-Universidade do Estado da Bahia Paulo Augusto da Costa Pinta em entrevista para o site Ciências e Cultura em 29/03/12 afirma que:

“Existem outras formas de produzir alimentos de forma segura, sustentável e sem uso de agrotóxicos. No Brasil em 2006 já dispunha de 800ha e 15mil produtores com agricultura orgânica sem veneno. No mundo são mias de 35 milhões de hectares com orgânicos, sendo uma prova de que é possível produzir de forma sustentável, comprometida com a preservação de vida no Planeta”.

A empresa Bug Agentes Biológicos, com sede em Piracicaba, no interior paulista, atua no controle biológico de pragas e desenvolveu um método eficiente para multiplicar insetos capazes de dizimar outros seres semelhantes que atacam plantações de cana-de-açúcar e outras lavouras.

No Brasil atualmente existe cerca de 70 empresas que comercializam 12 insetos e ácaros, além de dezenas de microrganismos. Essa atividade é eficiente para o combate de pragas que destroem as mais variadas plantações. “O controle biológico é uma das poucas medidas de controle de pragas que atende às exigências de uma agricultura sustentável, tão desejável no mundo”, diz o professor José Roberto Postali Parra, coordenador do Laboratório de Biologia de Insetos da ESALQ, e um dos maiores especialistas no tema no Brasil. Não é poluente, não intoxica agricultores, não atingem agentes secundários que possam desenvolver resistência. Os inseticidas não conseguem obter esses resultados e acabam geram desequilíbrios ambientais.

Mas entre os agricultores mais conservadores esses métodos ainda encontram resistência, mesmo sendo mais seguro e barato que os agrotóxicos, talvez por que o controle biológico atua de forma mais lenta.

O controle biológico pode substituir o uso de produtos químicos no combate de muitas pragas com algumas vantagens. “O controle químico é sabidamente responsável por problemas de contaminação, seja ao ambiente, seja ao homem ou aos polinizadores. Com o controle biológico não existem problemas de desequilíbrio, de contaminação da água, do solo e do homem. Os alimentos não são prejudicados”, garante José Roberto.



Vídeo Documentário


Após impactar o Brasil mostrando as perversas consequências do uso de agrotóxicos em O Veneno está na Mesa, o diretor Sílvio Tendler apresenta no segundo filme uma nova perspectiva. O Veneno Está Na Mesa 2 atualiza e avança na abordagem do modelo agrícola nacional atual e de suas consequências para a saúde pública. O filme apresenta experiências agroecológicas empreendidas em todo o Brasil, mostrando a existência de alternativas viáveis de produção de alimentos saudáveis, que respeitam a natureza, os trabalhadores rurais e os consumidores. 

Com este documentário, vem a certeza de que o país precisar tomar um posicionamento diante do dilema que se apresenta: Em qual mundo queremos viver? O mundo envenenado do agronegócio ou da liberdade e da diversidade agroecológica?


Realização: Caliban Cinema e Conteúdo

Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida
Fiocruz
Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio
Bem Te Vi
Cineclube Crisantempo






-----------------------------------------------------------------------------



Créditos a Elaine Cristina e Danilo Barbosa graduandos do Curso de Ciências Biológicas - UNIP

*Marie-Monique Robin – Documentário Notre Poisson Quotidien, França, 2010, 113 minutos


Referencias e Fontes:

Resenha do Livro Primavera Silenciosa - 2º Edição – Capítulo 3 – Elixires da Morte –Página 25 a 47.
Autora: Rachel Carson


Revista Pesquisa Fapesp

Imagens:Google Imagens/ autor desconhecido.


Área de Preservação Permanente?


As Áreas de Preservação Permanente e outros espaços territoriais especialmente protegidos, como instrumentos de relevante interesse ambiental, integram o desenvolvimento sustentável, objetivo das presentes e futuras gerações.

o-q-sao-apps


"Segundo o atual Código Florestal, Lei nº12.651/12:

Art. 3o Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
(...)
II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;

Áreas de preservação permanente (APP), assim como as Unidades de Conservação (link), visam atender ao direito fundamental de todo brasileiro a um "meio ambiente ecologicamente equilibrado", conforme assegurado no art. 225 da Constituição. No entanto, seus enfoques são diversos: enquanto as UCs estabelecem o uso sustentável ou indireto de áreas preservadas, as APPs são áreas naturais intocáveis, com rígidos limites de exploração, ou seja, não é permitida a exploração econômica direta.

As atividades humanas, o crescimento demográfico e o crescimento econômico causam pressões ao meio ambiente, degradando-o. Desta forma, visando salvaguardar o meio ambiente e os recursos naturais existentes nas propriedades, o legislador instituiu no ordenamento jurídico, entre outros, uma área especialmente protegida, onde é proibido construir, plantar ou explorar atividade econômica, ainda que seja para assentar famílias assistidas por programas de colonização e reforma agrária.

Somente órgãos ambientais podem abrir exceção à restrição e autorizar o uso e até o desmatamento de área de preservação permanente rural ou urbana mas, para fazê-lo, devem comprovar as hipóteses de utilidade pública, interesse social do empreendimento ou baixo impacto ambiental (art. 8º da Lei 12.651/12).

As APPs se destinam a proteger solos e, principalmente, as matas ciliares. Este tipo de vegetação cumpre a função de proteger os rios e reservatórios de assoreamentos, evitar transformações negativas nos leitos, garantir o abastecimento dos lençóis freáticos e a preservação da vida aquática.

O Código Florestal atual, no seu art. 4º, estabelece como áreas de preservação permanente:

I - as faixas marginais de qualquer curso d'água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:

a) 30 (trinta) metros, para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largura;

b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;

c) 100 (cem) metros, para os cursos d'água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura;

d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;

e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros;

II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:

a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d'água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;

b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;

III - as áreas no entorno dos reservatórios d'água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d'água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento;

IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d'água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;

V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior declive;

VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;

VII - os manguezais, em toda a sua extensão;

VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;

IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d'água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;

X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação;

XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado.

Como visto acima, os limites das APPs às margens dos cursos d'água variam entre 30 metros e 500 metros, dependendo da largura de cada um. Entre as mudanças introduzidas pelo Código atual esta é das mais controversas: embora mantenha as mesmas distâncias do Código revogado, ele inicia a medida a partir da calha regular (isto é, o canal por onde correm regularmente as águas do curso d'água durante o ano) dos rios e não mais a partir do leito maior (a largura do rio ao considerar o seu nível mais alto, isto é, o nível alcançado por ocasião da cheia sazonal). Isto significou uma a efetiva redução dos limites das APPs às margens de cursos d'água, uma vez que a nova medida ignora as épocas de cheias dos rios. Dado que o regime fluvial varia ao longo do ano, a calha será menor nos meses secos que nos meses chuvosos.

Além das áreas descritas acima, ainda podem ser consideradas nesta categoria, quando assim declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo, as áreas cobertas com florestas ou outras formas de vegetação destinadas à contenção da erosão do solo e mitigação dos riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha; à proteção as restingas ou veredas; à proteção de várzeas; ao abrigo de exemplares da fauna ou da flora ameaçados de extinção; proteção de sítios de excepcional beleza ou de valor científico, cultural ou histórico; formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; assegurar condições de bem-estar público; auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares; proteger áreas úmidas, especialmente as de importância internacional (art 6º)."



Fonte: O eco

domingo, 7 de setembro de 2014

Por que somos bípedes?




Nossos ancestrais evoluíram para uma postura ereta antes mesmo de ferramentas de pedra aparecerem. A pergunta, então: por que andar sobre duas pernas? A ideia é de que andar como bípede ajuda a gastar menos energia do que se movimentar em quatro membros. Libertar os braços também poderia ter possibilitado que nossos antepassados transportassem mais alimentos. Ficar em pé pode até ter ajudado os primeiros humanos a controlarem melhor a temperatura, reduzindo a quantidade de pele diretamente exposta ao sol.

Vale ressaltar que a exclusividade não é apenas do homem, os cangurus também se mantêm eretos e, embora pulando, locomovem-se na posição vertical utilizando apenas as duas patas traseiras e o rabo para assumirem a posição bípede. Mas as razões pelas quais humanos e cangurus assumiram essa posição é bem diferente.

De acordo com as anotações de Charles Darwin, se tornar bípede foi uma adaptação que veio conforme a necessidade de ter as patas dianteiras (mãos) livres para criar e manusear ferramentas, uma das razões para que a evolução acelerasse. Mas hoje em dia essa tese já não é aceita, pois se acredita que os hominídeos se tornaram bípedes há mais de 4 milhões de anos, enquanto as ferramentas mais antigas de que se tem registro não passam de 2,6 milhões.


Assim, ainda não se sabe ao certo as razões pela qual o homem passou a se sustentar sobre duas pernas. Alguns pesquisadores acreditam que manter a postura ereta tornavam os seres humanos mais altos, e consequentemente com mais facilidade para avistar comida e predadores. Outros acreditam que ser bípedes nos fez mais rápidos e hábeis, melhorando nossa capacidade de adaptação aos diversos ambientes, ampliando o território por onde podíamos nos expandir e instalar. Na verdade é bem possível que a evolução para a posição bípede pode ser um resultado de várias necessidades inclusive por intuito biológico de deixar as mãos livres para a confecção de ferramentas, conforme sugeria Darwin.

Todos estes “mistérios evolutivos” ainda estão sendo incansavelmente estudados e como já foi dito podem existir várias razões para que nós tenhamos deixado de ser quadrúpedes. Lógico que a seleção natural cuidou para que aqueles que adquiriram a posição bípede levavam vantagem. Podiam brigar melhor, economizar energia ao se movimentar, caçar com maior sucesso, fugir dos predadores com mais eficácia, etc.


Acredita-se que o bipedalismo tenha começado em árvores ou outros ambientes em que os quadrúpedes precisam de maior habilidade de locomoção. 





Fonte: LiveScience.com
Adaptado e traduzido por : Hipescience.com

Caranguejo-dos-coqueiros, o maior artrópode terrestre do mundo.




De nome científico Birgus latro, o Caranguejo-dos-coqueiros é o maior artrópode terrestre do mundo e vive nas ilhas tropicais dos oceanos Índico e Pacífico. No início de sua vida, ele esconde o seu abdômen mole em conchas abandonadas de moluscos, já na fase adulta. Como não dispõe de conchas de tamanho suficiente para o seu corpo, ele enrola o abdômen embaixo do cefalotórax e passa a viver no ambiente terrestre. Seus membros são achatados e assimétricos e ficam ao lado do abdômen.

Respira através de uma estrutura forrada de tecido úmido, que absorve o oxigênio do ar. Na época de reprodução retorna ao mar para se hidratar e depositar seus ovos. Deles saem pequenas larvas nadadeiras que, depois de algumas metamorfoses, tornam-se pequenos caranguejos-ermitãos (superfamília de crustáceos).

A dieta desses animais consiste praticamente em coisas de origem orgânica. Frutas como o coco e o figo são as suas prediletas, mas folhas e ovos de tartarugas também lhe atraem. Esses caranguejos são conhecidos pela sua habilidade única, entre todos os outros animais, de cortar buracos em cocos – utilizando suas poderosas garras – para depois comer a polpa.

Quanto ao seu tamanho, o maior registrado foi de 1 m de comprimento e 17 kg. Esse peso é o limite máximo para um artrópode terrestre. Em meio aquático, outros tamanhos maiores são possíveis. Normalmente não é venenoso, mas pode se tornar ao ingerir alguma planta tóxica.

Nas ilhas do Pacífico, os Caranguejos-dos-coqueiros são consumidos como alimentos e considerados uma iguaria, pois seu sabor é parecido com o das lagostas. Existem vários pratos diferentes feitos dessa espécie. Também são vistos como animais de estimação. Os habitantes de Tóquio, por exemplo, os criam dentro de gaiolas.



Início da vida: Posição fetal no fim da gestação.


Posição fetal no fim da gestação: por volta da 32º semana, 90% dos bebês escolhem naturalmente esta posição, de cabeça para baixo, o que facilita o nascimento por parto normal. O bebê já não tem mais muito espaço para se mexer, então os movimentos passam a ser menos frequentes; o bebê já está praticando a respiração com o líquido amniótico, além de conseguir mexer os olhos para os lados.







Imagem: Autor desconhecido
Fonte: http://bit.ly/191iQd

Aranha Pavão (‘Peacock Spider’)



Maratus, gênero da Aranha Pavão. Os machos desta espécie tem o abdômen mais coloridos, há uma ventosa em ambos os lados de seu abdômen que são dobráveis para baixo do corpo. A coloração brilhante não é apenas para decoração, o macho usa pra cortejar sua companheira. Para chamar a atenção da aranha fêmea, além de sua coloração o macho vibra suas patas traseiras. Existem 20 espécies conhecidas de aranha pavão, Elas são encontrados em Queensland e New South Wales, na Austrália.



Veja com detalhes o vídeo > Peacockspiderman








Bicho do berne



Uma larva da mosca 'Dermatobia hominis' (bicho do berne) sendo retirado do olho de uma criança.


As fêmeas desta mosca colocam seus ovos sobre outros insetos. Após aproximadamente 6 dias as larvas primeiro estágio já estão formadas e quando o inseto se aproxima de um mamífero (inclusive seres humanos), as larvas são estimuladas pelo calor do hospedeiro, gás carbônico e odores da pele saindo dos ovos e penetrando na pele do hospedeiro. O berne fica com a parte respiratória (espiráculo) voltada para a parte exterior da pele e com a parte anterior imersa na derme se alimentando de tecido. Nos seres humanos o período de parasitismo é de aproximadamente 30 dias. Se o desenvolvimento se completa, ela deixa o corpo do hospedeiro para completar seu desenvolvimento.




Foto: Autor desconhecido

Peixe-pênis



Quando você pensa que já viu tudo: 


Peixe-pênis! O peixe-pênis tem levado muitos leitores de blogs ao delírio garantindo que trata-se de um peixe em forma de pênis. O bicho faz parte da gastronomia bizarra da China fazendo o maior sucesso no cardápio local. Vamos saber um pouco mais sobre esses animais.




Popularmente conhecido como “penis-fish” (ou peixe-pênis, como preferir), esses animais de peixe não tem nada! Trata-se de vermes marinhos do filo Echiura que são animais parecidos com minhocas, porém não apresentam o corpo dividido em anéis. São organismos bentônicos, ou seja, vivem no fundo do mar, enterrados no substrato.

Especialmente o peixe-pênis de que falamos, são pertencentes ao gênero Urechis possui o corpo cilíndrico, vermiforme e a probóscide (uma espécie de “tromba” usada na alimentação) muito curta. Por não apresentar esta estrutura bem desenvolvida como os demais Equiúros, o corpo dos Urechis, que geralmente é rosado, nos faz mesmo lembrar um pênis.

Mesmo com essa “carinha de pênis” macho e fêmea não copulam, quando os gametas são produzidos, são liberados na água e a fecundação é externa. E tem mais: o bichinho possui notáveis capacidades de se curar e podem atingir até 40 cm de comprimento.





Fonte: Livro Invertebrados Brusca&Brusca

O curioso Urso d'água



Ursos d'água, também conhecidos como tardígrados são pequenos invertebrados (0,05 mm - 1,2 mm de comprimento) do filo Tardígrada Podem ser encontrados em muitos locais do mundo, nas mais diferentes condições ambientais: desde a paisagem congelada da Antártida para as quentes florestas da África. Alguns sobreviveram até mesmo no vácuo e a níveis de radiação, em uma experiência feita por cientistas em 2007. Os ursos de água podem ter sobrevivido por sofrerem cryptobioses: um estado em que a atividade metabólica para, sendo depois "reativada", quando o animal tiver condições mais favoráveis à vida.




Fontes: http://ow.ly/gEjYa / http://ow.ly/gEk0h
Photo: Eye Of Science/Science Photo Library

7 Animais Surpreendentemente Perigosos.


Alguns animais não são considerados criaturas perigosas, mas às vezes até estereotipada como amigável. Outros animais são tão familiares que nunca podemos considerar como perigosa essas criaturas podem se tornar agressivas para defender seus territórios, defesa e crias. (Eles são chamados de animais "selvagens” por uma razão, certo?)


07 – Raposa vermelha

red-fox
                 
A raposa vermelha é amplamente considerada arisca, mas preocupante, jovens seres humanos pode ser tratado como uma presa em potencial. Raposas podem até invadir habitações humanas para perseguir suas vítimas. Em um caso bizarro, duas bebes de nove meses foram atacadas enquanto dormia em seus berços e sofreu ferimentos no braço. Como se isso não bastasse, uma criança teve o dedo mordido por uma raposa agressivo em um incidente similar. Felizmente, os médicos foram capazes de reconstituir o dedo.

06 – Guaxinins

raccoon 

Nós podemos até estar acostumados a ver guaxinins como encrenqueiros adoráveis, mas esses pequenos carnívoros atacam com a ferocidade de um urso, em miniatura. Os guaxinins são animais nativos das Américas e se adaptaram facilmente em ambientes urbanos. Com dentes poderosos e garras afiadas, guaxinins habituados podem fazer ferimentos terríveis em seres humanos e animais de estimação. Em um dos piores casos registrados, uma mulher americana foi atacada quando um grupo de guaxinins, Ela levou inúmeras mordidas que foi necessárias injeções anti-rábicas.

05 - Phidippus johnsoni – (Red-backed Jumping Spider)

spider

A aranha de salto vermelho, aracnídeo nativo do oeste da América do Norte, ostenta um corpo, compacto e arredondado. Esta espécie pode se mover a velocidades aparentemente impossíveis e, se perturbado, não hesitará em infligir uma mordida excepcionalmente desagradável, causando inchaço e dor intensa que podem durar vários dias. Aranhas de salto apresentam excelente memória para um aracnídeo e possuem excelentes habilidades de perseguição.

04 – Bagres

catfish

Muitos bagres de água doce, conhecidos como “catfish” (em português “peixe-gato”) possuem espinhos afiados que injetam em sua presa. Os "ferrões" são modificados e ficam localizados nas barbatanas dorsais. O veneno podem causar vários efeitos colaterais desagradáveis, ​​incluem inchaços, irritação e até mesmo náuseas ou fraqueza por vários dias. Num pequeno número de casos terríveis, necrose e gangrena dos tecidos desenvolvidos.

03 – Mordidas de Papagaio e/ou Araras

parrot

Os papagaios e/ou araras são aves tropicais extraordinariamente inteligentes, grandes papagaios, tais como da Amazonas, África, possuem bicos extremamente poderosos, capazes de causar ferimentos nos seres humanos. Na maioria das vezes possuem um comportamento hostil, que pode ser direcionado para o seu dono. Alguns donos relataram lesões, nos olhos que foram perdidos e até mesmo dedos. Há também relatos de ferimentos traumáticos como ferimento dos lábios, perda parcial da orelha e danos faciais graves. Principalmente quando essas aves são tiradas da natureza ilegalmente para serem domesticadas.

02 – Gansos selvagens

goose

Gansos selvagens, especialmente no Canadá, tornaram-se cada vez mais comuns em lagos urbanos e campos de golfe e muitas vezes são mais numerosos nestes ambientes do que os seus habitats originais. No entanto, os gansos como qualquer outro animal defendem seu território e acaba ocorrendo possíveis conflitos com seres humanos. Há relatos que gansos canadenses fizeram ataques que resultaram em lesões graves em seres humanos desde quebra de ossos, ferimentos na cabeça e no corpo.

01 – Hienas




Sendo atacado por uma hiena pode ser a pior maneira de ter o seu dia um dos piores. São grandes carnívoras e muito abundantes na África, as hienas são predadores e que defendem seu território sendo agressivas e não hesitará em atacar vítimas, inclusive humanos. Um caso envolveu um estudante universitário que foi morto e comido por hienas selvagens.



Fonte: LISTVERSE (adaptado e traduzido)